O que fazer para seu filho comer tudo que ele precisa (de 1 a 3 anos)
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Por que será que ele é tão enjoado?
Leve em consideração que a alimentação com sólidos ainda é novidade na vida do seu filho. Talvez ele precise de tempo para se adaptar às texturas, cores e sabores dos alimentos. Além disso, crianças pequenas adoram a rotina e a familiaridade (da hora do sono aos lanches da tarde), daí a maioria delas nem experimentar uma comida até que tenha visto a mesma coisa inúmeras vezes.
Dito isso, saiba que este é um ótimo momento para ensinar seu filho a experimentar gostos novos, antes que ele comece a rejeitar alimentos só para poder treinar sua recém-conquistada independência. Tenha sempre à mesa diferentes tipos de comida, assim ele vai ter a chance de provar quando estiver pronto.
Dicas para introduzir novos alimentos.
Toda criança nasce com o instinto para saber quanto de comida seu corpo precisa para crescer saudável. Então, no fundo, cabe a ela decidir o que vai comer. O máximo que você pode fazer é colocar à disposição uma variedade de alimentos nutritivos (confira sete alimentos superpoderosos), em um ambiente gostoso, relaxado e sem brigas. Veja a seguir sugestões de como lidar com uma criança mais enjoada:
• Em todas as refeições, ofereça alguns alimentos diferentes. Quando cozinhar uma novidade, simplesmente acrescente no prato junto com as outras coisas, sem dar grande importância ao fato (só tenha certeza de que a comida é apropriada para a idade do seu filho).
• Introduza um alimento novo por vez e em pequenas quantidades. Em vez de uma refeição inteira inédita, misture algo já bem aceito com a novidade. É importante que sempre haja pelo menos uma comida que ele goste. Outra coisa é esperar que a criança esteja com fome (quando bate aquela vontade de comer no meio da tarde, tente oferecer uma manga cortada em quadradinhos, por exemplo).
• Pense em porções adequadas ao tamanho do seu filho. Pão para uma criança de 1 ano significa uma fatia pequena, e macarrão ou arroz, duas colheres de sopa rasas.
• O paladar de cada pessoa é muito variável, e às vezes um sabor ou textura de alimento realmente não agrada. No caso das crianças, até a cor de uma verdura pode não ser apetitosa. Pode ocorrer também de uma comida lembrar a criança de um dia que estava doente ou de alguma outra experiência negativa.
• Procure acrescentar valor nutritivo aos pratos que prepara. Misture uma couve bem picadinha ao arroz com feijão ou carne moída no macarrão branco. Se ele gosta de mingau, tente misturar frutas em pedaços junto.
• Resista à tentação dos alimentos açucarados só para ver seu filho comendo. O objetivo é desenvolver o paladar da criança e não os maus hábitos!
• Minimize as distrações na hora de comer. Se a irmã mais velha estiver brincando no quarto ou se o som de um desenho na TV for ouvido à distância, vai ser difícil seu filho manter o interesse na comida.
Como ampliar o cardápio do que ele come?
Não dá para querer que uma criança pequena coma uma enorme variedade de alimentos. A longo prazo, o exemplo e a constante presença de alimentos saudáveis em casa são a melhor forma de ensinar a comer bem. Mas, por enquanto, a escolha basicamente é dele, e é importante que assim seja.
Forçar uma criança a comer algo de que não gosta ou mais do que tem vontade pode causar problemas no futuro — esse é o grande temor dos especialistas no assunto. Crianças que nunca tiveram a oportunidade de tomar suas próprias decisões correm mais risco de desenvolver um distúrbio alimentar ou de se tornar obesas no futuro.
Além de tudo, geralmente a criança forçada a comer só vai demonstrar mais teimosia e estar menos aberta a experimentar em uma próxima vez.
Se a dieta do seu filho parece consistir em bolacha ou pedaços de queijo, não se preocupe demais. Comece a anotar tudo o que ele come, e provavelmente você vai descobrir que, no saldo geral de uma semana, ele acaba consumindo itens dos principais grupos alimentares e ingerindo os nutrientes essenciais para o crescimento.
Caso realmente considere que a alimentação está muito ruim, peça orientação ao seu pediatra, que poderá recomendar suplementos multivitamínicos e de minerais.
E se a criança não estiver crescendo?
Não entre em pânico se parecer que seu filho não está crescendo o suficiente. Cada criança tem seu próprio ritmo de crescimento e passa por fases diferentes (daí existir o famoso “estirão de crescimento” para descrever uma época em que houve um aumento significativo na altura).
Lembre-se também que depois do primeiro aniversário, o ritmo de crescimento é bem mais lento. Só para exemplificar: uma criança em geral cresce cerca de 25 cm no primeiro ano de vida. O mesmo aumento de estatura, a partir do primeiro aniversário, levará três anos. Ou seja: a velocidade do crescimento diminui mesmo.
O importante é fazer consultas pediátricas de rotina para acompanhar tanto o peso como a altura da criança e comentar com o médico se tiver preocupações específicas. Só não vá ficar falando para o seu filho sobre seus temores.
Se em toda refeição você não parar de insistir, suplicar ou brigar sobre a comida, é bem provável que ele vá se mostrar ainda mais resistente e você só se frustre.